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Sobre a maternidade real

Muito se tem dito sobre a maternidade real e a necessidade de, cada vez mais, mães sejam acolhidas e, principalmente, acolham-se mutualmente nessa vivência tão intensa e dinâmica. Quanto ao dinamismo, me refiro ao fato de que cada experiência adquirida no dia a dia praticamente se perde na infinidade de novas outras que surgem a todo o instante, muitas vezes sem a possibilidade de usá-las a nosso favor, e digo nosso porquê também estou inserida nesse universo maternal.

Antes de ser mãe, se é alguém e é pensando dessa forma tão simples e talvez soando até ridículo que se têm a possibilidade de colocar-se como mãe real e possível, em vez de supermãe-heroína impossível de ser, pelo menos pelo tempo que será necessário.

É uma caminhada solitária se não considerarmos estes pontos, pois só as mães sabem a verdadeira dor e as batalhas diárias que enfrentam consigo mesmas. É preciso que haja um fortalecimento com conexões que façam chegar à compreensão de que, ainda havendo falhas em alguns ou muitos momentos, terá sido feito o melhor que se podia com o que tinha de recursos (emocionais, físicos, financeiros etc.).

Mães cansam, dormem, choram, riem, se orgulham e se decepcionam. Querem aparecer exibindo suas crias e querem sumir sem dar notícias. Somos perfeitamente imperfeitas e só queremos ser da forma mais leve possível.

Entendemos o nosso papel e por compreender a importância dessa missão, carregamos muitas vezes pesos mais pesados do que precisaríamos carregar.

A culpa segue lado a lado, caminhando em silêncio ou não, numa estrada desconhecida sem muitas placas de sinalização para orientar verdadeiramente e na maioria das vezes, sem apoio algum.

Para o pediatra e psicanalista Donald Winnicott, o cuidado materno desde a formação do bebê na barriga é o que vai proporcionar um ambiente de sustentação para o desenvolvimento dele em todos os aspectos. Mas para isso, a mãe não precisa nem deve ser perfeita, ela deve ser ela mesma, seguindo os seus instintos e falhar, inclusive, sendo uma mãe suficientemente boa.

Com isso, de forma muito breve eu finalizo o meu convite às mães de plantão para que procurem ouvir sua própria voz e parem de procurar receitas prontas sobre como ser uma boa mãe, pois isso não produzirá nada de benéfico para a relação entre você e seus filhos, pelo contrário, provocará muitas dúvidas, sentimentos de incapacidade e culpa, muita culpa.

Conte comigo na sua caminhada!

 
 
 

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©2021 por Cecília Castro Gomes

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